Suburbano...
Mais um por do sol no oeste
vem finalizando essa rotina crua,
onde atores com roteiros suburbanos
vêm repetindo a mesma cena há dias.
E quando as cortinas de fumaça se abaixam,
já não dá pra ver de onde você vem.
As luzes te atraem mais do que um simples sonho.
E quando os pneus dos carros
vêm convertendo as horas em atrasos,
você vem lentamente anoitecendo,
e agora as horas eu já nem percebo.
E pelos quarteirões, mendigos quase que ensaiados
tremem com o frio que vem de você...
seus olhos já não brilham mais nessa meia-luz cinza!
Um vento sujo corre em minhas veias.
Meu sangue escorre pelas avenidas,
em corações cobertos de poeira.
E minha epiderme cada vez mais cinza,
como seus olhos nesse dia frio.
E o sangue frio dessa gente fria,
torna a cidade um caos pra se viver...
muito cinza pra te ver...
suburbano pra te amar...